25 junho 2010

Vuvuzela (4)


Mais num pouco desta série.
A colorida vuvuzela é, apenas, um símbolo apelativo e agregador, despojado das suas antigas funções castrenses e transformado em objecto de recreação?
Sem dúvida que é somente um simples e ruidoso objecto lúdico.
Mas, como que operando numa espécie de inconsciente colectivo, a corneta reactiva o apelo castrense, mas agora transferido para a violência controlada, festiva e catárquica dos grandes templos relvados como o Kings Park sul-africano, para as claques com os seus símbolos identitários e para as emoções nacionais de forte intensidade cinestésica.
A alma do guerreiro está domesticada e infantilizada nos rituais de estádio. O machado de guerra apenas vuvuzela.
(continua)
Notas: (1) imagem reproduzida daqui; (2) recorde a minha série com o título Futebol: violência ritualizada e religião profana, aqui.

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