31 outubro 2013

Cenários pós-Santungira (10)

Décimo número da série. Prossigo no primeiro dos cinco pontos do sumário proposto no número inaugural, com a indicação expressa de que em todos eles apenas terei em conta pequenas hipóteses que, absolutamente, precisam ser testadas. 1. O significado de Santungira. No número anterior escrevi um pouco sobre os três primeiros pontos dos nove propostos aqui. Passo agora aos pontos 4 e 5. Em 2010, contra a decisão de Afonso Dhlakama, presidente da Renamo (que alegou ter havido fraude nas eleições legislativas e presidenciais do ano anterior), os deputados do partido ocuparam os seus lugares na Assembleia da República e nas Assembleias Provinciais. Uma clara fractura partidária. Por outro lado, a Renamo sofria, em crescendo, não só as críticas da Frelimo, quanto as dos seus antigos aliados na oposição, pequenos partidos sem qualquer relevo político votal mas cujos dirigentes começaram a surgir com grande visibilidade em certos órgãos de informação, criticando o antigo aliado e protector pelo que consideravam ser postura antidemocrática. Mas não só: jovens intelectuais sedentos de ascensão social e deputados de relevo abandonaram o partido em 2009, como que ampliando a sangria que este sofria desde a expulsão em 2000 do negociador de Roma e segunda figura da organização, Raul Domingos. Se não se importam, prossigo amanhã nos restantes pontos.
(continua)
Adenda: sugiro leia um trabalho Luca Bussotti divulgado em Abril deste ano no "Pambazuka News", intitulado "Uma nova guerra em Moçambique?", aqui.
Adenda 2 às 06:01: deverá realizar-se hoje na cidade de Maputo, a partir das 7:30, uma marcha pacífica em apoio à causa da paz no país. A Universidade Politécnica, por exemplo, editou o cartaz abaixo (clique sobre a imagem com o lado esquerdo do rato para a ampliar):
Adenda 3 às 6:30: abaixo um outro cartaz que surgiu no Facebook (clique sobre ele com o lado esquerdo do rato para o ampliar):
Adenda 4 às 6:23: a imagem desta adenda foi adoptada por muitos Moçambicanos na suas páginas e nos comentários do Facebook.
Adenda 5 às 6:44: confira o que vem na "TIM"/Facebook, aqui.
Adenda 6 às 06:55: organizações religiosas deverão participar na marcha.
Adenda 7 às 9:01: a TIM está a reportar a concentração, Miramar, TVM e STV dão programas recreativos.
Adenda 8 às 09:38: muita gente na manifestação pacífica na cidade de Maputo, as pessoas caminham ordeiramente para a Praça da Independência protegidas por segurança privada da organização.
Adenda 9 às 10:21: "Milhares de pessoas desfilaram esta quinta-feira em Quelimane na marcha pela paz organizada pela Sociedade Civil. Apesar dos tais apelos do partido Frelimo através do seu porta-voz Damião José, para não se aderir-se a marcha, em Quelimane vimos a figura do Inusso Ismael membro senior da Frelimo, antigo deputado daquela formação política a liderar esta marcha que teve como seu início na Sagrada Família e foi "desaguar" na praça da Paz." - na página do Facebook do "Diário da Zambézia".
Adenda 10 às 10:27: as pessoas da manifestação - são milhares - em Maputo estão neste momento a cantar o hino nacional.

2 comentários:

Salvador Langa disse...

Agora irão surgir modificações no Estado porque estamos em cima das eleições."É ou não é?"

ricardo disse...

Pode crer. Manguele no purgatorio...