30 março 2015

Dhlakama: de comandante de guerrilha rural a comandante de desobediência civil urbana (3)

- "Dhlakama afirmou que 15 mil manifestantes travaram uma ditadura no Egito, um Governo, disse, com um exército mais forte que a FADM (Forças Armadas de Defesa de Moçambique) e uma polícia bem alimentada, avisando que as multidões que aderem aos seus comícios seriam capazes de assaltar o país em poucos minutos, não havendo homens e balas para parar a sua fúria." Aqui.
- "Imaginem que eu convoco um comício na Beira, com milhares de pessoas, e marchamos para o palácio da governadora [Helena Taipo] para dizer 'vai-te embora'. A polícia pode tentar disparar, os meus guardas também vão responder e, então, voltaríamos à guerra", afirmou Afonso Dhlakama, que se referiu à dirigente provincial de Sofala, nomeada pela Frelimo, como "aquela macua" (originária de Nampula, norte)." Aqui.

Terceiro número número da série. Escrevi no número anterior que o pendor de Dhlakama para a ameaça ganhou uma nova qualidade, as palavras encaixam-se no espectáculo e nas multidões, os signos parecem diferentes. Qual o carácter distintivo da sua estratégia política actual? E qual o papel do seu exército privado? Podem ser consideradas cinco objectivos: 1. Branquear o historial de guerrilha através de acções civis à Gandhi, 2. Tentar transferir para o povo a autoria dos protestos, dotando-o das características de um movimento social, 3. Usar esse povo como escudo contra a acção policial, 4. Criar condições para que as forças de segurança surjam como contrárias à democracia, 5. Produzir uma sanduíche de pressão política em crescendo e de cenário de caos, reactivando a guerrilha rural para complementar a desobediência civil urbana caso esta não surta o efeito desejado. Aguardem a continuidade da série.

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